sábado, 23 de fevereiro de 2013

O que os olhos não vêem, o coração não sente


Na FNAC do Barra Shopping, um menino circulava curioso. Sua presença ali não costuma ser admitida pelos seguranças do shopping. Negro, pobre, vestido com as roupas possíveis, costuma ser tocado como se estivesse pronto a cometer um crime.

Por um 'descuído', foi admitido ontem por alguns minutos. Passou algum tempo no iPad, tocando a tela com um brilho nos olhos, e depois encontrou o X-Box ligado para atrair compradores. Não demorou a entender o mecanismo. Logo estava jogando golfe contra o computador. E vencendo. Uma cena linda, que parei pra ver e, furtivamente, eternizei com o celular.

Saiu dali para o ponto de ônibus. O golfista que possivelmente não teremos. E, principalmente, o cidadão que estamos perdendo.

Ricardo Filho
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