sábado, 9 de março de 2013

Fortaleza teve o maior número de homicídios entre as capitais nordestinas



DADOS DA SSPDS E DO IML SOBRE HOMICÍDIOS DIVERGEM
PROVA DE MANIPULAÇÃO DE DADOS PELA SECRETARIA DE SEGURANÇA DO CEARÁ?

Caros (as) amigos (as),


Parece que nossa situação se torna cada vez pior a cada vez que falamos sobre a violência no nosso Estado, Ceará. A reportagem seguinte relata sobre divergências de números, falta de entendimento entre Secretaria de Segurança Pública com Instituto Médico Legal, investimentos pesados na Pasta do Coronel Bezerra e resultados que causam pavor à população Cearense.

Fortaleza, além de ser a 13ª cidade mais perigosa do Mundo, é a capital do Nordeste com o maior número de homicídios. Segundo a Secretaria de Segurança Pública do estado do Ceará, foram registrados somente em janeiro 163 homicídios na Capital cearense.  Mas se juntarmos esse número com o da Região Metropolitana de Fortaleza teremos uma grande surpresa: os números de homicídios que a SSPDS divulga (237) são menores que os números que o IML divulga (342). POR QUÊ?

Segundo o Comandante Geral da Polícia Militar, Cel. Werisleik Matias, isso PODE OCORRER, por conta de pessoas que foram lesadas nos locais de crimes e acabam morrendo nos hospitais. Mas disso eu não duvido. Sabem por quê? Porque é ordem do próprio Secretário de Segurança Pública e do Cel. Werisleik Matias, repassadas aos comandantes nos demais quarteis, que sempre que uma pessoa esteja morrendo no local, e o policial perceber que não terá condições de sobrevivência que seja ‘socorrida’ imediatamente para os hospitais, nas viaturas, para que a morte do moribundo não seja registrada pela CIOPS, e, lógico, pela Secretaria de Segurança.  Assim, as estatísticas da SSPDS sempre estarão com dados menores para divulgação. É a versão cearense da ’guerra da carne’ do filme tropa de elite.

Não podemos nos esquecer de que só no ano passado o trio satânico da Segurança Pública (Secretário de Segurança, Comandante Geral da Polícia Militar e o Delegado Geral da Polícia Civil) conseguiram a proeza de aumentar em 47% no número de homicídios em relação ao ano anterior, e nos colocar numa vergonhosa situação de termos 5 vezes mais homicídios que na cidade de São Paulo. Neste ano já estamos com 54 homicídios a mais que a capital paulista somente em janeiro. Temos cerca de 20 assassinatos por final de semana na Capital e Região Metropolitana.

Um novo estudo mostra que em 11 anos (2000 à 2010) houve um crescimento de 192,5% de mortes por armas de fogo. São 6.615 pessoas que morreram por disparos de armas de fogo em Fortaleza nos fazendo a terceira capital do País em crescimento de mortes por armas de fogo. O Povo (07/03/2012)

Aí vem o Cel. Werisleik Matias, que só aprendeu a arrancar capim na antiga Academia de Polícia Edgar Facó, falar sobre número de apreensões de armas. Disse que  não foi por falta de ação da polícia e que já foram apreendidas 1016 armas,  entre  janeiro e fevereiro e que já ultrapassou o quantitativo do ano passado.

A eficiência de uma Polícia não está em mostrar o número crescente de pessoas presas, de armas e drogas apreendidas, mas sim na diminuição, através de um trabalho preventivo de tais crimes. O Comandante Geral declara, com todas suas palavras que ele não conhece como se faz trabalho de polícia. Ainda tem a cara de pau de dizer que aumentou o número de apreensão, quando isso significa que entrou mais armas no nosso Estado, e se entrou foi porque não houve prevenção, nem trabalho investigativo que pudesse reprimir tais ações delituosas. Ou seja, confessou que sua gestão, a do Delegado Geral e do Secretário de Segurança Pública são incompetentes.

Quanto ao professor Geovani Jacó, do Laboratório de Estudos da Violência da UECE (Universidade Estadual do Ceará), aconselho-o a se aproximar das Entidades de Classe dos Militares e da Polícia Civil, para que ele acrescente em suas palavras que (além do que ele afirmou) a polícia tanto pacifica como produz a violência, que ela (a polícia) também é vítima da violência do Estado, pois não recebem treinamento apropriado e continuado, são tratados como burros de carga, são perseguidos, presos, estão sob um jugo pesado e retrógrado, que é o militarismo, que os impelem a tomarem atitudes que não são de uma polícia comunitária, mas militar. Que os policiais civis não tem equipamento nem efetivo suficientes para trabalharem, são desviados de suas funções investigativas para servirem de ‘babá’ de presos arriscando suas vidas. E quando policiais militares tentam buscar proximidade com a democracia, eles são severamente reprimidos pelo comando da Corporação - como está ocorrendo agora com cerca de 40 PPMM que estão para serem expulsos da polícia militar apenas porque participaram de uma reunião e, o pior de tudo, por uma calúnia proferida pela Cúpula da PM.

Para finalizar, o óbvio ocorreu. O secretário de Segurança não quis falar sobre o assunto até averiguar por que os números de homicídios a SSPDS não batem com os do Instituto Médico Legal.

Parece que a partir da conversa que vão ter os números vão começar a se igualarem, mas claro, a favor do Governo.

Non nobis, non nobis, Domine sed nomini Tuo da gloriam.

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