MINISTÉRIO
DA JUSTIÇA LANÇA RESULTADO DE PESQUISAS REALIZADAS EM 2011 SOBRE SITUAÇÃO DAS
POLÍCIAS MILITARES, POLÍCIAS CIVIS E CORPOS DE BOMBEIROS MILITARES (PARTE
I)
A
iniciativa é excelente! Não se pode negar que o Ministério da Justiça (MJ) tem
feito inúmeros estudos com o propósito de dar direcionamento aos Estados para uma melhor gestão de suas
Instituições policiais. Foi através dessas ações que surgiram as Portarias Ministeriais
nº 02 (que trata de Direitos Humanos para os profissionais de Segurança
Pública) e nº 4.226 (trata do uso da força) do MJ. No entanto, são apenas
diretrizes, não leis. O que dificulta a prática de melhorias tão sonhadas pelos
policiais do Brasil.
Teoricamente,
já estamos na metade do caminho para consolidarmos um novo rumo para as
Instituições policiais. Porém, não há vontade política para isso. Os Estados não
estão nem um pouco interessados em mudanças. E as que dependem dos poderes da
União também não são apreciadas (como a unificação das policias e a
desmilitarização das PPMM). Com isso, o Ministério da Justiça apenas joga esperanças nos corações dos
profissionais de segurança Pública e na população esclarecida, que anseia por
uma mudança urgente nessa área.
Não
adianta tantos estudos e pesquisas se o MJ não começar a articular leis que
forcem os Estados a porem em prática as falhas verificadas.
Vamos
dividir nossos comentários acerca desse estudo em 3 partes. Assim poderemos
traçar conclusões sobre cada pesquisa, uma a uma. Claro, seria bem interessante
a participação de todos, seja acrescentando ou criticando as minhas
ponderações. Afinal de contas, eu estou aqui pra aprender também!
O
estudo em questão é de uma importância enorme. Mesmo que os dados sejam de 2011
pouca coisa mudou, estruturalmente. Vamos nos ater um pouco mais ao Estado do Ceará e
verificarmos o quanto o Governo Cid Gomes tem desprezado o investimento no
Homem e enfatizado na máquina.
Foram
quatro pesquisas feitas pelo Ministério da Justiça. “A pesquisa Mulheres
na Segurança Pública buscou
traçar um perfil detalhado sobre a atuação dessas profissionais, de seus
respectivos papéis e das representações no universo das instituições de
segurança pública. A pesquisa Diagnóstico
da Perícia Forense no Brasil analisa
dados referentes às unidades de perícia de todos os entes federados. O objetivo
foi identificar as formas de organização, estruturas e funcionamento de
serviços periciais forenses estaduais do país, no sentido de subsidiar decisões
de gestão e alocação de recursos para diminuir essa diferença na prestação de
seus serviços. O projeto Pensando
a Segurança Pública é uma
coleção de 15 pesquisas no campo da Segurança Pública e da Justiça Criminal,
dividida por temas: registro de homicídios, direitos humanos e análise e
diagnóstico das políticas públicas.” (ead@infoseg.gov.br). Também
tem um estudo profissiográfico e mapeamento de competências.
Logo
na apresentação do estudo profissiográfico (primeira pesquisa que vamos comentar) a Secretária Nacional de Segurança
Pública, Regina Maria Filomena de Luca
Miki, escreve utopicamente que “O Brasil passa por um momento de transformação
da segurança pública. Trata-se da consolidação e o aprofundamento da segurança
cidadã. Um de seus elementos centrais é o ser humano, os profissionais de segurança pública, que se
constituem como sujeitos dessa transformação.”
Não há esse direcionamento no ser humano em nenhuma
policia do Brasil. Em todos os Estados as conquistas por humanização foram
frutos de sacrifícios em movimentos reivindicatórios. Mas nenhuma motivada por
interesse da Administração. Para enfrentar essa tendência de articulações
classistas os Governos têm tentado manter sob controle os sindicatos e punir e
perseguir severamente (tendo até mesmo que ser desumano) os policiais e
bombeiros militares que tentam um
espaço na Constituição Cidadã de 1988. Mesmo que os cursos de formações
estejam com aparência mais humana, depois da formação o choque com a realidade desconstrói
o aprendizado.
Continuando nesse estudo, ainda na apresentação, “os entrevistados da presente pesquisa
de Profissiografia foram os profissionais de cargos mais numerosos nas
instituições: as praças (tanto das Policiais Militares, como dos Corpos de
Bombeiros) e os agentes/investigadores das Polícias Civis. Tendo o foco nessas
funções, o estudo representa um avanço ao retratar e descrever as atividades do
ponto de vista de quem as executa. De todas as Unidades da Federação, 21.000
profissionais – policiais civis, policiais militares e bombeiros militares – contribuíram
com suas experiências e opiniões.” Duas observações deve-se serem feitas sobre
isso; primeiro, nem todos os dados foram informados pelas praças e agentes das
polícias nessas pesquisas, o que leva a duvidar de alguns números passados para
o Ministério pela Administração (aqui no Ceará há discordância, por exemplo,
dos números de homicídios da Secretaria de Segurança Pública e do Instituto
Médico Legal). A pesquisa, a meu ver, tem a falha de não regionalizar ainda mais a conclusão dos
dados. Apesar de mostrar números de cada Estado, a ideia final de cada
estatística é sempre feita em cima das opiniões de todos os policiais e
bombeiros do Brasil.
Na
parte de ‘Competências Comportamentais’,
os policiais civis revelaram possuir menor domínio sobre os seguintes aspectos:
“Capacidade de resistência à frustração”, “Trabalhar sob pressão” e “Capacidade
de agir com inteligência emocional”. Os policiais militares têm fraqueza em: “Capacidade
de visão estratégica” e “Agir com orientação para resultados”. Aqui deixo uma
observação: em um outro tópico mais atrás desse estudo, os policiais militares
consideraram difícil o cumprimento dos regulamentos, mas de importância. Vejam
que aqui, nesse tópico, eles consideraram “capacidade de resistência à
frustração” e “ter manejo de estresse” como competências também de domínio
mediano, apesar de possuírem importância ainda maior que as duas competências
anteriores, de acordo com os respondentes.” Eu tenho pra mim que os militares
têm uma dificuldade enorme de expressarem suas emoções por medo. Pois no
decorrer dos estudos várias respostas deles dão ênfase a problemas que estão
mais relacionadas à emoção que qualquer outra coisa. Quanto aos bombeiros
militares disseram que “ter manejo de estresse” e “resistência à frustração”
são as competências comportamentais mais difíceis para este segmento
profissional.
Como
podemos observar o fator emocional é algo que está enfatizado nas declarações
dos policiais e bombeiros entrevistados. Porém, aqui no Ceará, o tratamento que
dão a esses profissionais, principalmente da Polícia Militar, por uma simples
vontade sádica do Comandante Geral, Cel. Werisleik Matias, é de transferi-los,
abrir Inquéritos Policiais Militares e qualquer outro meio que possa adoecer
ais ainda quem está com esses tipos de problemas.
No
tópico “Condições de trabalho: fatores facilitadores
e dificultadores” os policiais deram um show de honestidade. Quanto a isso o
melhor e ler o que está na tabela abaixo:
Fonte: http://portal.mj.gov.br
Non nobis Domine, non nobis, sed nomini tuo da gloriam
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