quinta-feira, 20 de junho de 2013

Repórter do UOL apanha da polícia e relata armadilha contra manifestantes

Luiz Paulo Montes, repórter da UOL agredido por policiais
do Batalhão de Choque. Foto: portalimprensa.uol.com.br
Testemunho do repórter Luiz Paulo Montes sobre agressão sofrida pelos truculentos policiais do Batalhão de Choque da Polícia Militar do Ceará na manifestação de ontem, 19, nas proximidades da Arena Castelão.

Luiz Paulo Montes, repórter da UOL agredido por policiais
do Batalhão de Choque. Foto: portalimprensa.uol.com.br

Testemunho do repórter Luiz Paulo Montes sobre agressão sofrida pelos truculentos policiais do Batalhão de Choque da Polícia Militar do Ceará na manifestação de ontem, 19, nas proximidades da Arena Castelão.

Repórter sendo alvejado covardemente enquanto caído por
policial do Batalhão de Choque
"Estou em viagem acompanhando a seleção brasileira há duas semanas. Hoje me senti um correspondente de guerra. Escalado para cobrir a manifestação em Fortaleza, que reuniu cerca de 15 mil pessoas, vivi situações assustadoras. Bombas de efeito moral, gás de pimenta, gritos de pessoas desesperadas, e pedras voando.

Essa criança está com a camisa molhada porque se urinou
após ter sido vítima da violência do BPCHOQUE
Sobrou até pra mim: por volta das 13h30, precisava seguir para o estádio. Havia uma barreira policial, para conter o protesto. De longe, mostrei minha credencial. Um dos guardas acenou em sinal de 'pode vir'. Bem rente ao muro, passei. Fui surpreendido com uma 'borrachada' na bunda. "O que eu fiz, amigo?", questionei ao policial que me agrediu. "Passou, levou", respondeu ele. Com dor, saí andando.
Violência policial fez várias vítimas
Foi só um dos problemas encontrados desde as 9h, quando cheguei para cobrir a manifestação, que naquele horário tinha cerca de 100 pessoas. Por volta do meio-dia, quando a multidão chegou ao encontro da barreira policial, tudo ainda era pacífico. Quem protestava pedia passagem. Os militares faziam a segurança. Por algum tempo, tudo seguiu sem violência. Eu avistei, então, alguns membros da cavalaria pedindo para a torcida passar. Era uma armadilha: quando poucos avançaram, bombas de efeito moral foram disparadas. O cheiro era horrível. Segundo alguns policiais, foi só um 'revide' a pedras que teriam sido lançadas anteriormente.
Jornalista Pedro Rocha ferido com bala
de borracha
Saí correndo, com a mochila nas costas e telefone na mão, passando retorno à redação do UOL, em São Paulo, do que acontecia. Por 30 segundos, não consegui enxergar nada, e respirava com muita dificuldade. Gás de pimenta também tinha entrado na história. Vi muita, muita gente desesperada. Os donos das casas nos arredores abriam suas portas cedendo abrigo, distribuíam água e vinagre, para amenizar os efeitos.

Manifestante sendo socorrido
Fui um dos abrigados. Uma senhora me entregou uma garrafa de vinagre. "Joga na roupa e respira. Me devolve a garrafa", gritava. Fiquei ali por dois minutos. O cheiro começou a chegar até ali e nem mesmo o vinagre era suficiente mais. Corri e cheguei a uma avenida onde mais manifestantes se aglomeravam. Sentei na sombra, vi gente passando mal ao meu lado. De lá, ouvi bombas explodirem.
Manifestante atingido por disparo
Após 20 minutos, parecia que a situação tinha acalmado. Levantei e fui me informar como seguir para o Castelão. Avistei, de longe, muita fumaça. Cheguei perto, vi que um carro do órgão de trânsito de Fortaleza havia sido incendiado. Manifestantes faziam festa, como se fosse um prêmio e uma resposta à violência.  De onde eu estava, vi pedras, chinelos e o que mais estivesse pela frente sendo jogados nos militares.
Tiro de bala de borracha a queima roupa
De novo, me afastei. Esperei o tumulto acalmar. Manifestantes recuaram e começaram a se dirigir para o ponto de onde tinham partido. Achei que era o momento de ir à Arena Castelão. Com medo, passei pela frente do protesto. Pessoas, ajoelhadas, gritavam "sem violência". Após tomar o golpe de cassetete, andei cerca de dois quilômetros e cheguei ao estádio. Cansado, e ainda com os efeitos do gás e das bombas. Pelo menos agora consigo respirar."
Também houve feridos do lado opressor

 Veja vídeos da manifestação no nosso canal:
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Um comentário:

  1. eeses animais do choque ta provado que eles nao tem qi,sao uns animais irracionais manipulados pelo governo por causa de uma miseria de gratificaçao.

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