Luiz Paulo Montes, repórter da UOL agredido por policiais do Batalhão de Choque. Foto: portalimprensa.uol.com.br |
Luiz Paulo Montes, repórter da UOL agredido por policiais do Batalhão de Choque. Foto: portalimprensa.uol.com.br |
Testemunho do repórter Luiz Paulo Montes sobre agressão sofrida pelos truculentos policiais do Batalhão de Choque da Polícia Militar do Ceará na manifestação de ontem, 19, nas proximidades da Arena Castelão.
Repórter sendo alvejado covardemente enquanto caído por policial do Batalhão de Choque |
"Estou
em viagem acompanhando a seleção brasileira há duas semanas. Hoje me senti um
correspondente de guerra. Escalado para cobrir a manifestação em Fortaleza, que
reuniu cerca de 15 mil pessoas, vivi situações assustadoras. Bombas de efeito
moral, gás de pimenta, gritos de pessoas desesperadas, e pedras voando.
Essa criança está com a camisa molhada porque se urinou após ter sido vítima da violência do BPCHOQUE |
Sobrou até pra mim: por volta das 13h30, precisava seguir para o
estádio. Havia uma barreira policial, para conter o protesto. De longe, mostrei
minha credencial. Um dos guardas acenou em sinal de 'pode vir'. Bem rente ao
muro, passei. Fui surpreendido com uma 'borrachada' na bunda. "O que eu
fiz, amigo?", questionei ao policial que me agrediu. "Passou,
levou", respondeu ele. Com dor, saí andando.
Violência policial fez várias vítimas |
Foi só um dos problemas encontrados desde as 9h, quando cheguei
para cobrir a manifestação, que naquele horário tinha cerca de 100 pessoas. Por
volta do meio-dia, quando a multidão chegou ao encontro da barreira policial,
tudo ainda era pacífico. Quem protestava pedia passagem. Os militares faziam a
segurança. Por algum tempo, tudo seguiu sem violência. Eu avistei, então,
alguns membros da cavalaria pedindo para a torcida passar. Era uma armadilha:
quando poucos avançaram, bombas de efeito moral foram disparadas. O cheiro era
horrível. Segundo alguns policiais, foi só um 'revide' a pedras que teriam sido
lançadas anteriormente.
Jornalista Pedro Rocha ferido com bala de borracha |
Saí
correndo, com a mochila nas costas e telefone na mão, passando retorno à
redação do UOL, em São
Paulo, do que acontecia. Por 30 segundos, não consegui enxergar nada, e
respirava com muita dificuldade. Gás de pimenta também tinha entrado na
história. Vi muita, muita gente desesperada. Os donos das casas nos arredores
abriam suas portas cedendo abrigo, distribuíam água e vinagre, para amenizar os
efeitos.
Manifestante sendo socorrido |
Fui um dos abrigados. Uma senhora me entregou uma garrafa de
vinagre. "Joga na roupa e respira. Me devolve a garrafa", gritava.
Fiquei ali por dois minutos. O cheiro começou a chegar até ali e nem mesmo o
vinagre era suficiente mais. Corri e cheguei a uma avenida onde mais manifestantes
se aglomeravam. Sentei na sombra, vi gente passando mal ao meu lado. De lá,
ouvi bombas explodirem.
Manifestante atingido por disparo |
Após 20 minutos, parecia que a situação tinha acalmado. Levantei
e fui me informar como seguir para o Castelão. Avistei, de longe, muita fumaça.
Cheguei perto, vi que um carro do órgão de trânsito de Fortaleza havia sido
incendiado. Manifestantes faziam festa, como se fosse um prêmio e uma resposta
à violência. De onde eu estava, vi pedras, chinelos e o que mais
estivesse pela frente sendo jogados nos militares.
Tiro de bala de borracha a queima roupa |
De novo, me afastei. Esperei o tumulto acalmar. Manifestantes
recuaram e começaram a se dirigir para o ponto de onde tinham partido. Achei
que era o momento de ir à Arena Castelão. Com medo, passei pela frente do
protesto. Pessoas, ajoelhadas, gritavam "sem violência". Após tomar o
golpe de cassetete, andei cerca de dois quilômetros e cheguei ao estádio.
Cansado, e ainda com os efeitos do gás e das bombas. Pelo menos agora consigo
respirar."
Também houve feridos do lado opressor |
Fonte: copadomundo.uol.com.br
Veja vídeos da manifestação no nosso canal:
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eeses animais do choque ta provado que eles nao tem qi,sao uns animais irracionais manipulados pelo governo por causa de uma miseria de gratificaçao.
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