CENSO
DA UECE QUESTIONA SE A QUALIDADE DOS CURSOS SERÁ PREJUDICADA COM ENTRADA DE
NEGROS
Estudantes
e internautas se mostraram contrários às indagações realizadas no censo.
"Isso é um absurdo! A universidade deve pertencer ao povo"
A
Universidade Estadual do Ceará (Uece), por meio da Pró-Reitoria de Assuntos
Estudantis (PRAE), está promovendo um censo interno com os estudantes da
instituição sobre a adoção de políticas de cotas raciais dentro da
universidade.
CENSO DA UECE QUESTIONA SE A QUALIDADE DOS CURSOS SERÁ PREJUDICADA COM ENTRADA DE NEGROS
Estudantes e internautas se mostraram contrários às indagações realizadas no censo. "Isso é um absurdo! A universidade deve pertencer ao povo"
A Universidade Estadual do Ceará (Uece), por meio da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (PRAE), está promovendo um censo interno com os estudantes da instituição sobre a adoção de políticas de cotas raciais dentro da universidade.
A
atitude chamou a atenção dos alunos, que expressaram indignação nas redes
sociais sobre a formulação de algumas perguntas. Uma das que mais gerou
polêmica foi: “Você concorda que a qualidade dos cursos será prejudicada com a
entrada de alunos negros?”
Estudantes
e internautas se mostraram contrários às indagações realizadas no censo. “Isso
é um absurdo! A universidade deve pertencer ao povo”, desabafa uma internauta.
“Sinceramente, é cada coisa que a gente vê e lê em pleno século 21. Mente
conservadora, colonial, elitista e segregacionista”, comenta outro estudante. A
imagem postada no Facebook gerou mais de 200 compartilhamentos.
Desentendimento
A
assessoria da PRAE alega que houve desentendimento por parte dos alunos. “Não
ficou bem entendida esta pergunta para os alunos. Ninguém teve intenção de
afetar ninguém com os questionamentos. Inclusive, uma das pessoas que elaborou
a pergunta é professora doutora e negra”, conclui.
O
censo, realizado pela PRAE e pela avaliadora da UECE, é o primeiro aplicado aos
alunos de Fortaleza e do interior do Ceará. “O censo serve para a instituição
conhecer o perfil socioeconômico e cultural dos estudantes”, explica a
assessoria.
De
acordo com a professora do curso de Serviço Social e coordenadora da Célula de
Ação Afirmativa da PRAE, Zelma Madeira,
a pesquisa serviu para captar as opiniões dos alunos. “Sou do movimento negro,
sou negra e favorável às cotas. Estamos tranquilos com o teor da pesquisa.
Queríamos saber os argumentos dos alunos, se são favoráveis ou não às cotas. A
intenção foi a de captar as opiniões deles e entender o que os 18 mil alunos
compreendem sobre o sistema”.
Quanto
às perguntas sobre o sistema de cotas, a professora informa que, no censo, os
alunos poderiam se manifestar como favoráveis ou não. “Colocamos as duas
possibilidades com as linhas argumentativas. A Uece vai adotar o sistema sim,
mas precisamos entender como os alunos estão vendo isso. Em cima das
dificuldades identificadas no censo, vamos trabalhar. Se vamos adotar o sistema
de cotas na universidade, necessitamos provar cientificamente esta
necessidade”, finaliza.
Fonte: Tribuna do Ceará
Nenhum comentário:
Postar um comentário