Um
menino de 3 anos quase foi impedido de viajar em um voo da Gol na manhã de
segunda-feira, 19, no Aeroporto Internacional de Salvador. Téo é portador de
epidermólise bolhosa, uma doença incurável que causa lesões na pele, mas que
não é contagiosa.
Ele estava com
os pais e a avó, a coreógrafa Deborah Colker, já dentro do avião, quando um
funcionário da empresa afirmou que o garoto não poderia seguir viagem. O menino
havia chegado à cidade na sexta-feira, em um voo da mesma companhia, e
retornava com a família para o Rio de Janeiro, onde mora.
"O pior
de tudo foi o trato, de uma arrogância e petulância extremas. Sequer
perguntaram que doença o meu neto tinha. Foi uma maneira muito indelicada e
desumana de se tratar uma criança", queixou-se Deborah.
Segundo ela,
os comissários se mantiveram irredutíveis diante dos argumentos e protestos dos
familiares. Outros passageiros, revoltados com o tratamento dispensado aos pais
do menino, foram ao seu auxílio.
"As
pessoas foram muito solidárias, nos defenderam", disse a coreógrafa.
Policiais chegaram a ser acionados pelos comissários para retirar Téo e seus
familiares do avião.
O impasse só
foi resolvido quando um médico da Infraero entregou ao comandante da aeronave
um atestado comprovando que a doença do garoto não é contagiosa e que ele tinha
condições de saúde para viajar.
Atraso - O
voo, que deveria ter partido da capital baiana às 11h50, só teve permissão para
decolar quase duas horas depois.
"Téo viu
tudo, sabia que era dele que estavam falando. Temos muito cuidado para que ele
mantenha a autoestima e aí acontece algo assim. Ninguém no mundo tem o direito
de tratar uma criança desse jeito", reclamou a avó.
Deborah
afirmou ainda que, ao desembarcar no Rio de Janeiro, recebeu um telefonema do
presidente da Gol, Paulo Kakinoff, com um pedido de desculpas. Apesar disso,
ela disse que já entrou em contato seu advogado e pretende acionar
juridicamente a companhia aérea.
Em nota, a
assessoria de imprensa da Gol informou que a companhia "está analisando o
ocorrido e tomará as medidas cabíveis".
A nota
afirmava ainda que a empresa "preza pelo respeito aos clientes e pelas
normas de segurança". De acordo com a família de Téo, esta foi a primeira
vez que uma companhia aérea impôs obstáculos para que o garoto viajasse.
Fonte: A Tarde Uol
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