Após
descobrir uma traição, o marido mata a mulher, o amante e depois se suicida,
tudo isso em uma praça no Centro de Macapá. A cena, mesmo sendo simulada pela
Polícia Militar, chamou a atenção e causou pânico na população na manhã desta
quarta-feira (15) na Praça da Bandeira. Alunos do curso de formação de cabos da
PM encenaram o ato, que rapidamente repercutiu nas redes sociais como se fosse
verdadeiro, enganando até emissoras de rádio que chegaram a noticiar as três
mortes como reais.
O
mototaxista Emerson Silva, de 41 anos, contou que interrompeu o serviço ao ver
a cena. “Não pensei duas vezes e logo parei aqui. Vi o casal jogado, um homem
morto com uma arma na mão e quis saber quem era, vai que poderia ser algum
parente meu", disse ele. Ao saber da verdade, ligou para colegas
desfazendo o mal entendido. "Quando descobri que era simulação, confesso
que foi um alívio”, relatou.
Para
a estudante de direito Kamila Marques, de 21 anos, o susto foi grande, pois ela
relata que acompanhou algumas situações com conhecidos que poderiam terminar em
crime passional. “Uma amiga minha contou que teve um namorado ciumento, mas que
terminou com ele a tempo de evitar uma tragédia. Estava indo para a aula e fui
informada sobre o que aconteceu”, disse Kamila.
Na
Praça da Bandeira, a cena simulada apresentava uma mulher e o amante que foram
mortos a tiros dentro de um carro estacionado na praça. Em seguida o marido,
suspeito do crime, se suicidava com um tiro da cabeça em um dos bancos. Eles
permaneceram imóveis por alguns minutos no local até a coordenação do curso
informar que não passava de uma simulação. A situação atraiu a atenção de
pessoas em busca de respostas.
Os
atores são três alunos do curso de formação de soldados que participavam de uma
instrução, que contou ao todo com 45 integrantes, que estavam espalhados sem
identificação no local. “Conseguimos nosso objetivo, que é mostrar para a
sociedade a valorização da prova e a preservação do local do crime, pois muitas
vezes é a população quem chega primeiro no ponto de uma ocorrência e acaba
alterando a cena, dificultando a investigação”, explicou o sargento Jaisson
Chagas, coordenador da formação.
Chagas
acrescentou que todo o ambiente foi filmado e futuramente a situação será
abordada em um estudo de caso. “Foi incrível, antes de revelarmos o teste,
tiveram pessoas que disseram ter ouvido tiros e até visto as três pessoas em
outros lugares. Tudo isso será fruto para a formação de 90 cabos para a PM”,
concluiu o sargento.
Para
a produção da cena, serviços de segurança foram avisados previamente para
impedir o acionamento de viaturas, porém guarnições da PM e do Serviço Móvel de
Atendimento de Urgência (Samu) chegaram a ir para a praça sem saber da
simulação.
Fonte: G1
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