quinta-feira, 6 de junho de 2013

Plínio Bortolotti, do Jornal O Povo, fala como Diário do Nordeste?


Parece meio incompreensível a minha afirmação de que um jornalista fale como se trabalhasse para outro jornal. Mas é comum o entendimento de que o Jornal Diário do Nordeste evite falar contra o Governo Cid Gomes e tome posturas parciais quando se trata dos militares do Ceará.

Assim pareceu o Diretor Institucional do Grupo de Comunicação O POVO, Plínio Bortolotti, quando, em um artigo publicado hoje (06), faz afirmações típicas de quem não entende muito sobre determinados assuntos – no caso Segurança Pública. Vou passar a refutar, parágrafo por parágrafo, os seus argumentos no artigo “Autoridade ou autoritarismo?” contra o movimento reivindicatório dos PPMM e BBMM do Ceará.


Parece meio incompreensível a minha afirmação de que um jornalista fale como se trabalhasse para outro jornal. Mas é comum o entendimento de que o Jornal Diário do Nordeste evite falar contra o Governo Cid Gomes e tome posturas parciais quando se trata dos militares do Ceará.

Assim pareceu o Diretor Institucional do Grupo de Comunicação O POVO, Plínio Bortolotti, quando, em um artigo publicado hoje (06), faz afirmações típicas de quem não entende muito sobre determinados assuntos – no caso Segurança Pública. Vou passar a refutar, parágrafo por parágrafo, os seus argumentos no artigo “Autoridade ou autoritarismo?” contra o movimento reivindicatório dos PPMM e BBMM do Ceará.

“Fui um dos duros críticos da greve da Polícia Militar, que aterrorizou Fortaleza em fins de 2011, início de 2012. Primeiro, porque, constitucionalmente, militar é proibido de fazer greve; depois houve o agravante de ser um movimento armado.”

A primeira coisa que me veio à cabeça quando li esse parágrafo foi que o nobre jornalista parece ignorar a histórias das instituições policiais no Mundo. As polícias, com o passar do tempo, vêm passando por adaptações às necessidades da sociedade contemporânea. As polícias locais são civis, não militares. Polícias militares são as das Forças Armadas ou as chamadas Gendarmarias, que nada são que polícias nacionais - bem diferente do modelo brasileiro.

Tais adaptações vêm carregadas de filosofias que buscam cada vez mais aproximar essas Instituições, com tendências repressivas, ao povo que elas servem. Um exemplo de sucesso está nas polícias comunitárias – infelizmente, tentou-se formar aqui no Ceará com o Ronda do Quarteirão, mas não houve sucesso.

Quando o Jornalista defende a Constituição em seus aspectos que precisam ser aprimorados, conclui-se que o mesmo prefere a estagnação à transformação de uma Instituição repressiva e retrógrada.  Não que defenda que os policiais devam fazer greve, mas que possam ter o direito de reivindicar. A violação e repressão desse direito (e de outros que são naturais do ser humano submetido à desumanidade) levantam revoltas prejudiciais às sociedades. Um exemplo foi o que ocorreu na paralisação dos militares cearenses entre 2011 e 2012. Isso se chama direito de resistência.

A outra parte, que se refere a um movimento armado, parece-me até ridícula. NÃO HÁ NENHUMA AÇÃO CONTRA OS MILITARES QUE MOSTRE PROVAS, GRAVAÇÕES, FOTOS, OU QUALQUER OUTRA, QUE CONDUZAM À UMA HIPÓTESE DE MOVIMENTO ARMADO. Ao contrário, o que se vê nas imagens são homens, mulheres e crianças reunidas num mesmo local, a 6ª Cia/5ºBTL, sentadas, deitadas, tranquilas e com esperança numa negociação pacífica. Gostaria que o sr. Plínio Bortolotti divulgasse alguma prova de sua conjectura.

“Se a PM quer continuar como força auxiliar do Exército, que seus integrantes se submetam ao regulamento militar. Mas querem um coisa sem a outra. A cada vez que se propõe emenda constitucional para juntar as polícias em uma única força, civil, a corporação se une em grita generalizada para manter o status quo.”

Mais uma prova de que o sr. Plínio Bortolotti está desinformado em relação à luta da categoria dos militares. Quando foi que ele ouviu a esses profissionais quererem continuar sendo militares? A base da Polícia Militar quer a desmilitarização. Somente os oficiais, que têm medo de perderem um suposto status que acham que têm, é que defendem a permanência desse regime altamente prejudicial à população brasileira nas instituições policiais.

“A propósito, a PM, entre as categorias de trabalhadores, parece ser a única que apresenta apenas reivindicações corporativas. Os professores, quando se manifestam, têm propostas para melhorar a educação; os bancários reivindicam melhorias para os clientes (como o Estatuto da Segurança Bancária, aprovado na Câmara dos Vereadores), e assim por diante. E os policiais, qual a proposta deles para melhorar a segurança pública?”

Não cabe aqui questionar as reivindicações do militares sem conhecê-las. Vejam que eles querem um código de ética, um plano de cargos e carreiras, uma carga horária definida (alguns trabalham até 96 horas por semana), dentre outros direitos que possuem a característica de dar ao trabalhador o mínimo de dignidade. Tudo o que eles querem é isonomia com os demais funcionários do Estado. Eles defendem direitos dos cidadãos que não possuem. Qualquer pessoa busca o acesso à dignidade. A não ser que para ele trabalhar 96 horas por semana (sem direito à horas extras, risco de vida e insalubremente) seja humano. Cabe aqui que eles precisam se sentir parte da sociedade a que eles pertencem. No entanto, são excluídos, e reprimidos para continuarem assim.

“Assim, não cabe criticar as medidas que o governo do Estado vem tomando para desarticular uma possível nova greve na PM. Porém, desenvolver medidas preventivas, exigir respeito à hierarquia, é diferente de promover caça às bruxas.”

Tanto cabe como deve-se criticar, pois todo o processo para expulsão dos militares foi feito na ilegalidade, com base numa calúnia do Comandante Geral, Werisleik Matias – como já mostrei várias vezes.

Agora, me causa estranheza o sr. Plínio Bortolotti se manifestar em favor apenas desse oficial, Major Plauto, se toda a corporação está sendo punida por conta das ações sádicas do Comando da Corporação e do Secretário de Segurança, Cel. Bezerra. Se ele não está acompanhando, quero lembra-lo que tem pais de família demitidos e desempregados por conta de uma reunião informativa. Como não combateu o ‘mal pela raiz’ agora os oficiais passam a perseguir qualquer um que seja desafeto deles, sem justificativa, e até mesmo seus próprios pares.

                                     Non nobis Domine, non nobis, sed nomini tuo da gloriam

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