Parece
meio incompreensível a minha afirmação de que um jornalista fale como se
trabalhasse para outro jornal. Mas é comum o entendimento de que o Jornal Diário do Nordeste evite falar contra o
Governo Cid Gomes e tome posturas parciais quando se trata dos militares do
Ceará.
Assim
pareceu o Diretor Institucional do Grupo de Comunicação O POVO, Plínio Bortolotti, quando, em um artigo publicado hoje
(06), faz afirmações típicas de quem não entende muito sobre determinados
assuntos – no caso Segurança Pública. Vou passar a refutar, parágrafo por
parágrafo, os seus argumentos no artigo “Autoridade
ou autoritarismo?” contra o movimento reivindicatório dos PPMM e BBMM do
Ceará.
Parece meio incompreensível a minha afirmação de que um jornalista fale como se trabalhasse para outro jornal. Mas é comum o entendimento de que o Jornal Diário do Nordeste evite falar contra o Governo Cid Gomes e tome posturas parciais quando se trata dos militares do Ceará.
Assim pareceu o Diretor Institucional do Grupo de Comunicação O POVO, Plínio Bortolotti, quando, em um artigo publicado hoje (06), faz afirmações típicas de quem não entende muito sobre determinados assuntos – no caso Segurança Pública. Vou passar a refutar, parágrafo por parágrafo, os seus argumentos no artigo “Autoridade ou autoritarismo?” contra o movimento reivindicatório dos PPMM e BBMM do Ceará.
“Fui
um dos duros críticos da greve da Polícia Militar, que aterrorizou Fortaleza em
fins de 2011, início de 2012. Primeiro, porque, constitucionalmente, militar é proibido
de fazer greve; depois houve o agravante
de ser um movimento armado.”
A
primeira coisa que me veio à cabeça quando li esse parágrafo foi que o nobre jornalista
parece ignorar a histórias das instituições policiais no Mundo. As polícias,
com o passar do tempo, vêm passando por adaptações às necessidades da sociedade
contemporânea. As polícias locais são civis, não militares. Polícias militares
são as das Forças Armadas ou as chamadas Gendarmarias, que nada são que
polícias nacionais - bem diferente do modelo brasileiro.
Tais
adaptações vêm carregadas de filosofias que buscam cada vez mais aproximar
essas Instituições, com tendências repressivas, ao povo que elas servem. Um
exemplo de sucesso está nas polícias comunitárias – infelizmente, tentou-se
formar aqui no Ceará com o Ronda do Quarteirão, mas não houve sucesso.
Quando
o Jornalista defende a Constituição em seus aspectos que precisam ser
aprimorados, conclui-se que o mesmo prefere a estagnação à transformação de uma
Instituição repressiva e retrógrada. Não
que defenda que os policiais devam fazer greve, mas que possam ter o direito de
reivindicar. A violação e repressão desse direito (e de outros que são naturais
do ser humano submetido à desumanidade) levantam revoltas prejudiciais às
sociedades. Um exemplo foi o que ocorreu na paralisação dos militares cearenses
entre 2011 e 2012. Isso se chama direito de resistência.
A
outra parte, que se refere a um movimento armado, parece-me até ridícula. NÃO
HÁ NENHUMA AÇÃO CONTRA OS MILITARES QUE MOSTRE PROVAS, GRAVAÇÕES, FOTOS, OU
QUALQUER OUTRA, QUE CONDUZAM À UMA HIPÓTESE DE MOVIMENTO ARMADO. Ao contrário,
o que se vê nas imagens são homens, mulheres e crianças reunidas num mesmo
local, a 6ª Cia/5ºBTL, sentadas, deitadas, tranquilas e com esperança numa
negociação pacífica. Gostaria que o sr. Plínio Bortolotti divulgasse alguma
prova de sua conjectura.
“Se
a PM quer continuar como força auxiliar do Exército, que seus integrantes se
submetam ao regulamento militar. Mas querem um coisa sem a outra. A cada vez
que se propõe emenda constitucional para juntar as polícias em uma única força,
civil, a corporação se une em grita generalizada para manter o status quo.”
Mais
uma prova de que o sr. Plínio Bortolotti está desinformado em relação à luta da
categoria dos militares. Quando foi que ele ouviu a esses profissionais
quererem continuar sendo militares? A base da Polícia Militar quer a
desmilitarização. Somente os oficiais, que têm medo de perderem um suposto
status que acham que têm, é que defendem a permanência desse regime altamente
prejudicial à população brasileira nas instituições policiais.
“A
propósito, a PM, entre as categorias de trabalhadores, parece ser a única que
apresenta apenas reivindicações corporativas. Os professores, quando se
manifestam, têm propostas para melhorar a educação; os bancários reivindicam
melhorias para os clientes (como o Estatuto da Segurança Bancária, aprovado na
Câmara dos Vereadores), e assim por diante. E os policiais, qual a proposta
deles para melhorar a segurança pública?”
Não
cabe aqui questionar as reivindicações do militares sem conhecê-las. Vejam que
eles querem um código de ética, um plano de cargos e carreiras, uma carga
horária definida (alguns trabalham até 96 horas por semana), dentre outros
direitos que possuem a característica de dar ao trabalhador o mínimo de
dignidade. Tudo o que eles querem é isonomia com os demais funcionários do
Estado. Eles defendem direitos dos cidadãos que não possuem. Qualquer pessoa
busca o acesso à dignidade. A não ser que para ele trabalhar 96 horas por
semana (sem direito à horas extras, risco de vida e insalubremente) seja humano.
Cabe aqui que eles precisam se sentir parte da sociedade a que eles pertencem.
No entanto, são excluídos, e reprimidos para continuarem assim.
“Assim,
não cabe criticar as medidas que o governo do Estado vem tomando para
desarticular uma possível nova greve na PM. Porém, desenvolver medidas
preventivas, exigir respeito à hierarquia, é diferente de promover caça às
bruxas.”
Tanto
cabe como deve-se criticar, pois todo o processo para expulsão dos militares
foi feito na ilegalidade, com base numa calúnia do Comandante Geral, Werisleik
Matias – como já mostrei várias vezes.
Agora,
me causa estranheza o sr. Plínio Bortolotti se manifestar em favor apenas desse
oficial, Major Plauto, se toda a corporação está sendo punida por conta das ações
sádicas do Comando da Corporação e do Secretário de Segurança, Cel. Bezerra. Se
ele não está acompanhando, quero lembra-lo que tem pais de família demitidos e
desempregados por conta de uma reunião informativa. Como não combateu o ‘mal
pela raiz’ agora os oficiais passam a perseguir qualquer um que seja desafeto
deles, sem justificativa, e até mesmo seus próprios pares.
Non nobis Domine, non nobis, sed nomini tuo da gloriam
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