Em
assembleia realizada na noite desta terça-feira (13), em frente ao Palácio do
Campo das Princesas, sede do governo de Pernambuco, no Recife, uma comissão
independente de policiais e bombeiros militares decidiu cruzar os braços, após
participar de reunião com o secretário da Casa Civil, Luciano Vasquez, e com o
chefe da Casa Militar, coronel Mario Cavalcanti de Albuquerque. Não há consenso
sobre o número de participantes da assembleia: os representantes do movimento
afirmam que 6 mil PMs e bombeiros estavam no local, mas o Batalhão de Polícia
de Trânsito informa que não passou de 2 mil o total de presentes.
O
governo do estado não reconheceu a paralisação e informou que uma nova reunião
com a categoria está marcada para esta quarta (14), com a presença do
governador João Lyra Neto -- nesta terça, ele acompanhou a presidente Dilma
Rousseff em visita às obras da transposição do Rio São Francisco, no Sertão do
estado.
"Em
nenhum momento, no recebimento da comissão foram colocados esses pontos, são
pontos novos [sobre a paralisação]. Estamos analisando uma pauta extensa que foi
dada no dia 25 de abril, envolvendo diversas secretarias, o governo irá tomar
todas as providências para que esse clima de tranquilidade permaneça. O
governador esteve ausente acompanhando a presidente da República e logo que
chegar tomará conhecimento e começará as tratativas com os principais órgãos
envolvidos", comentou o secretário Luciano Vasquez.
Em
nota, a Secretaria da Casa Civil comunicou que os PMs terão reajuste de 14,55%
no contracheque de junho. "Todos os pontos reivindicados pelas categorias
e pactuados anteriormente estão sendo rigorosamente cumpridos pelo Governo do
Estado. Para as novas reivindicações, foi criada uma comissão multissetorial,
que envolve as secretarias estaduais de Administração, de Defesa Social, de
Planejamento e Gestão e da Fazenda, e os comandos da Polícia Militar e do Corpo
de Bombeiros", detalha o documento.
Joel
Maurino, soldado da PM e ligado à Associação de Cabos e Soldados, é um dos
representantes do movimento independente. "No dia 25 de abril, fizemos uma
manifestação, onde foi repassada para o governo a pauta de reivindicações e
informado o perigo de possível greve. Durante esses 18 dias, não tivemos
retorno. Hoje, a Casa Civil disse que sentaria até amanhã [quarta] com o
governador, que daria uma resposta. Mas a categoria esperava que a gente já
tivesse uma resposta, por isso decretamos greve", disse. Representantes da
Associação de Praças, Policiais e Bombeiros Militares de Pernambuco também
estavam no local.
A
orientação da comissão independente é que seja mantido 30% do efetivo, que se
referem aos serviços essenciais, como o funcionamento do Hospital da PM, as
equipes dedicadas ao cuidado com as armas e o policiamento ostensivo para
rebeliões e manifestações. Uma nova assembleia da categoria deve ser realizada nesta
quarta-feira, após a definição do governo do estado sobre a situação. Procurada
pelo G1, a assessoria da Polícia Militar de Pernambuco disse que não foi
oficialmente comunicada sobre o movimento.
O
reajuste de 14,55%, previsto para a folha de junho, já tinha sido assegurado em
acordo firmado entre o governo e a categoria, em 2011. De lá para cá,
percentuais gradativos de aumento foram incorporados aos salários dos PMs --
segundo a Casa Civil, já são 134% de reajuste real para a PM, desde 2007. Os representantes
do movimento independente pleiteiam reajuste de 50% sobre o salário-base da
categoria, a ser pago a partir de janeiro de 2015.
A
Associação de Cabos e Soldados (ACS), à qual são filiados 10 mil policiais e
bombeiros militares de Pernambuco, está sob intervenção desde o último mês de
março, após uma chapa concorrente da atual direção ter questionado a
legitimidade do resultado das últimas eleições da entidade. Segundo a ACS, o
efetivo total da categoria, hoje, em Pernambuco, soma 20 mil PMs e 2 mil
bombeiros militares.
Passeata
pelo Centro
Na
tarde desta terça, cerca de 500 PMs e bombeiros militares se concentraram para
a passeata, na Praça do Derby. O BPTran estimou que 2 mil pessoas participaram
da marcha, que seguiu pela Avenida Conde da Boa Vista, Rua da Aurora e Palácio
do Campo das Princesas. A organização da caminhada afirmou que policiais de
várias cidades, como Petrolina, Nazaré da Mata e Gravatá, participaram do ato.
Ao
chegar ao palácio do governo, uma comissão formada por oito policiais foi
recebida pelo secretário da Casa Civil, Luciano Vasquez, e pelo chefe da Casa
Militar, coronel Mario Cavalcanti de Albuquerque.
No
dia 25 de abril, cerca de 300 policiais e bombeiros militares participaram da
primeira caminhada da categoria, que terminou com a entrega da pauta de
reivindicações na sede da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), na Rua
da Aurora.
A
pauta de reivindicações da categoria traz 18 itens, entre eles a revisão nas
escalas de serviços, no valor da gratificação de risco de vida e no Plano de
Cargos e Carreiras; aumento do vale-alimentação; gratificação para motoristas;
humanização do código disciplinar; auxílio de invalidez; gratificação para quem
possui cursos superiores e qualquer pós-graduação; investimento em especialização
profissional e bolsas de estudo, além da implantação do subsídio mais 40% de
reajuste. G1
No Estado do Mato Grosso, A associação dos oficiais, junto com a associação de cabos e soldados colocaram a categoria em estado de greve. Vamos acompanhar o movimento dos companheiros mato-grossenses.
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