ARMA SÔNICA usada pela primeira vez no Brasil contra manifestantes

É um aviso dado pelo Governo do Rio de Janeiro. Agora o Estado tem tecnologia para usar como lhe aprouver, e contra quem achar conveniente.

Ocorreu durante a desocupação do prédio do Museu do Índio, Rio de Janeiro, exatamente do lado do Maracanã.

Desde 2006 esse prédio está ocupado por uma minoria indígena chamada (também) Maracanã. O conflito entre Estado e os ocupantes do antigo Museu  está repercutindo de maneira negativa devido a uma série de contextos que refletem os vários interesses por trás das ações de ambos os lados.

Apesar de haver interesses políticos no lado dos índios (próximo ano é eleição) devemos avaliar que o prédio tem uma ligação profunda com a preservação histórica dos Índios no Brasil ( foi residência oficial na época do Império e abrigou o marechal Rondon. Foi sede da Funai e a partir de 1953, e foi transformado pelo antropólogo Darcy Ribeiro em sede do Museu do Índio. Em 1978, com a transferência do museu para Botafogo o prédio ficou abandonado).

Do outro lado temos interesses políticos e econômicos. O governador do Rio de janeiro, Sérgio Cabral, dias antes teria decidido tombar o prédio, tendo mudado de ideia, planejando fazer um museu olímpico no local.

Os grandes empresários (maiores interessados nisso tudo) estão acompanhando o desenrolar da desocupação. Dentre eles, o bilionário brasileiro Eike Batista, que pretende investir nos eventos esportivos que o rio irá abrigar (Olimpíadas e Copa do Mundo).

O fato é que o governador do Rio de Janeiro, mais uma vez, age de maneira violenta e desproporcional contra uma manifestação popular. Os índios já tinham aceitado um acordo com a Administração antes da entrada do Batalhão de Choque no prédio, que diz ter invadido porque os manifestantes iriam atear fogo ao prédio.

Quem está certo nessa disputa? Existem muitas divergências. Pode ser que nenhum tenha, ou que o Estado tenha mais que os índios Maracanã. O certo é que dessa vez o Governo deixou claro que manifestações contra os seus interesses políticos e econômicos serão reprimidas com toda violência que puder utilizar, e com toda tecnologia que puder comprar. Afinal de contas, as olimpíadas e a Copa estão às portas e é melhor mostrar para os trabalhadores o que eles têm em mãos para combater qualquer manifestação que possa ocorrer.