segunda-feira, 18 de março de 2013

Jacques de molay, o último Grão-Mestre Templários - 699 anos de sua morte


699 ANOS DA MORTE DO ÚLTIMO GRÃO MESTRE TEMPLÁRIO, JACQUES DE MOLAY

18 de março de 1314, no pelourinho, numa pequena ilha do rio Sena, um ancião de 70 anos, depois de 7 anos em condições desumanas, sob torturas e sem chance de defesa, é queimado vivo acusado de  apostasia da fé, idolatria e heresia, além dos pecados contra a natureza (sodomismo). Os bastidores e os motivos dessa condenação revelam uma história de traição, ganância e covardia que o tempo jamais irá apagar. Morreu ali o 23º, e último, Grão-Mestre da Ordem dos pobres Cavaleiros do Templo de Salomão (Templários), a ordem religiosa-militar mais poderosa de seu tempo e que viria a se eternizar pelas glórias de vitórias, pelo heroísmo e coragem de seus membros e pelo martírio de seu último expoente, Jacques de Molay.

Jacques de molay nasceu em 1244, em Vitrey-Sur- Mance, Comuna Francesa, na época pertencente ao Condado de Borgonha, em uma pequena nobre família. Aos 21 anos entra na Ordem dos Cavaleiros Templários, cuja função era proteger os peregrinos que iam à Jerusalém, a chamada Terra Santa, mas que participava também das famosas Cruzadas (incursões militares feitas à Terra Santa quando esta estava nas mãos dos muçulmanos). Na época, os nobres de toda a Europa enviavam seus filhos para pertencer à Ordem. Em 1298 tornou-se Grão-Mestre dos Templários, após a morte de seu antecessor, Thibaud Gaudin, o que o colocou numa posição muitas vezes acima de príncipes europeus.

Símbolo da Ordem dos templários
Como grão-Mestre encontrou inúmeras  dificuldades, pois Jerusalém estava em mãos muçulmanas e os cristãos estavam acuados. Os templários ficaram na ilha de Chipre enquanto Jacques de Molay procurava apoio dos Estados Europeus para uma nova Cruzada (que pareciam não se importarem mais com esse tema), tanto quanto tentando resolver problemas de conflitos internos da Ordem.

Jacques de Molay era padrinho do filho do Rei de França, Felipe IV, o belo, Delfim  Carlos. O Rei francês, como muitos outros soberanos, tinha uma dívida financeira e moral com a Ordem, pois esta o serviu inúmeras vezes em batalhas e conflitos internos.

Rei Felipe, o Belo, da França
Mas as supostas riquezas e poder dos templários chamavam a atenção e cobiça de muitos  reis da Europa, inclusive do seu próprio compadre, Felipe, o Belo.

Em uma visita ao Rei, porém, um  ano antes de sua morte, Jacques de Molay apresentou-se de maneira a suscitar no Soberano vergonha, inveja e cobiça; uma escolta de 60 templários da alta nobreza e riquezas trazidas da palestina para serem depositadas no Castelo do templo, sede Geral da Ordem. O Rei passou a desejar muito mais aquilo.

Já havia tido uma tentativa do Rei Felipe em ter o controle da Ordem em 1305, quando propôs unir as duas maiores Ordens da época, os Templários e os Hospitalários (que tinham rixa entre si). Porém, em maio de 1307, Jacques de molay, junto  do Papa Clemente V conseguiu apresentar uma defesa, em Poitiers, contra a fusão, que não ocorreu. Revoltado com a perda, o Rei seguiu com um plano que viria a pôr fim a maior e mais poderosa Ordem Religiosa-Militar da época.

Apesar dos rumores de que o Rei trairia a Ordem, Jacques de Molay preferiu ficar fiel ao seu compadre e a defendê-lo perante seus cavaleiros. Ele desconfiava de Felipe, porém, se recusava a acreditar. Ele havia ido a um funeral na França de uma mulher da família real e tinha levado poucos cavaleiros, apesar de ter à sua disposição cerca de 15 mil homens. Após ele se retirou na Ville Neuve du Temple tirando sua tensão de ter que convencer seus homens para confiar no Soberano Francês. Chega a noite e após o jantar o Grão mestre vais à seus aposentos para dormir.

Era 12 de outubro de 1307 quando oficiais de todo o Reino recebiam uma carta do Rei, enviada a pelo menos um mês antes para que todos  pudessem ler num mesmo dia. A ordem que continha o escrito os deixou aterrorizados, PRENDER O GRÃO-MESTRE DA ORDEM DO TEMPLO E SEUS TEMPLÁRIOS que estavam como hóspedes de honra do próprio Rei, e com autorização do Papa.

Todas as forças foram juntadas para realizar a infame determinação do Rei. Teria que ser a noite para pegá-los desprevenidos.

Eram 3 horas da manhã da sexta-feira do dia 13 toda a França estava preparada para invadir e prender todas as Casas do Templo do País. A desculpa para entrarem nas casas era a de que estavam lá para uma inspeção normal dos dízimos do Clero. Mas quando mal abriam as portas os soldados franceses entravam precipitadamente agitando suas armas para que não pudesse haver qualquer tipo de resistência dos cavaleiros. Assim foi feito.

Em Paris, Guilherme de Nogaret, o Guardião do Selo Real, conduziu a operação. Foi este homem que prendeu de Molay e o levou às masmorras francesas.

Guilherme de Nogaret
Todos os Templários que acompanhavam Jacques de molay, assim como os outros espalhados nos Conventos e Comendadorias, foram colocados nas prisões da França onde se, excetuando ordens pessoais do Rei, deviam de imediato, ser interrogados pelos comissários da Inquisição para “confessar” suas culpas, devendo ser empregada a TORTURA.

Foram sete longos anos a partir daí. A confissão teria que ocorrer, em tese, para que pudessem ser condenados.  Era o  próprio Rei Felipe quem gerenciava as forças do Papa para condenar os Templários. Suas propriedades foram confiscadas. O Rei, finalmente, estaria ‘quitando’ sua dívida com os templários, porém, da maneira mais infame possível. As calúnias proferidas contra os cavaleiros chegava ao ridículo. Dizia-se, por exemplo, que o ingresso na Ordem obedecia a um Ritual obsceno, durante o qual, os noviços iam excitar os veteranos, “sobre as partes mais intimas do corpo, “... in ore, in umbilico, seu in ventre nudo, et in ano, seu spina dorsi; item aliquando, in umbilico. Item aliquando in virga virili” (Vide Michelet no processo dos Templários – Tomo I, pág. 89/90). Muitos templários sucumbiram e não suportaram as torturas, confessaram a culpa pelas acusações a eles proferidas. Os tormentos eram superiores a qualquer. Porém, Jacques  de Molay permaneceu fiel aos seus companheiros e recusava-se denunciar seus cavaleiros.

A pressão pela condenação dos cavaleiros pelo Rei ficou maior em 1314. O Papa estava doente, com violentas hemorragias internas, e ordena que uma comissão de bispos julgue o caso. As ordens recebidas seria que os prisioneiros teriam a prisão perpétua e a garantia ao Rei que a Ordem jamais iria ser reerguida novamente.

11 de março de 1314, Jacques de Molay pede pra ser ouvido novamente. Esperava-se dele uma confissão e que implorasse misericórdia do Rei. Mas para surpresa de todos o Grão-Mestre bradou sua inocência e disse que tudo tinha sido extorquido dele pela Inquisição através de tortura.

18 de março, estava diante da Corte Especial. As provas apresentadas eram confissões que teriam sido assinadas por Jacques de Molay. Eram provas forjadas. o Grão-Mestre, então, desmentiu as acusações e as ‘confissões’ e fez a defesa da Ordem, assim como Geoffroy de Charnay. Na época, negar uma confissão era motivo de pena de morte. Outro grande cavaleiro que negou suas confissões foi Guy d'Auvergne. A Corte parou o processo preferindo consultar o  Papa. Mas o Rei de França, Felipe, o belo, preferiu não esperar mais.

Jacques de Molay é interrogado
Jacques de Molay Geoffoy de Charnay estavam sob a custódia da Comissão de Bispos, mas Felipe ordenou que pegassem os cavaleiros para que possa ser aplicada a pena imediatamente.

O Grão-Mestre Templário ficou amarrado em uma coluna vendo os preparativos de seu destino indiferente, firme. E quando o frade encarregado pelos responsos se aproximava de crucifixo na mão e o chamava para o arrependimento, Jacques de Molay disse: “Guardei, ó frade, vossas orações para o Papa que esse sim, vai precisar delas!”.

Jacques de Molay na fogueira
Lentamente foi queimado vivo, e enquanto seu corpo sentia o suplício imposto pela inveja, covardia e ganância do rei ele dizia:

“VERGONHA! VERGONHA! VÓS ESTAIS VENDO MORRER INOCENTES. VERGONHA SOBRE VÓS TODOS".

“NEKAM, ADONAI (VINGANÇA, SENHOR)! CHOL-BEGOAL (ABOMINAÇÃO A TODOS)! PAPA CLEMENTE... CAVALEIRO GUILHERME DE NOGARET... REI FILIPE; INTIMO-OS A COMPARECEREM PERANTE O TRIBUNAL DO JUIZ DE TODOS NÓS DENTRO DE UM ANO PARA RECEBERDES O SEU JULGAMENTO E O JUSTO CASTIGO. MALDITOS! MALDITOS! TODOS MALDITOS ATÉ A DÉCIMA TERCEIRA GERAÇÃO DE SUAS RAÇAS!”

A coragem e a honra foram tamanhas que as pessoas pegavam suas cinzas para guardarem como relíquias.

O Rei Felipe assistia sua morte do palácio e ficou assustado com aquelas palavras. Em uma conversa com Guilherme de Nogaret, o mesmo que prendeu Jacques de Molay, disse:  "Cometi um erro, devia ter mandado arrancar a língua de DeMolay antes de queimá-lo”.

40 dias depois morre o Papa Clemente V (suas complicações com o intestino vieram da ingestão de  esmeraldas reduzidas a pó, que devem ter cortado seu intestino, receitado por médicos ‘desconhecidos’, O Rei Felipe o Belo viria depois, com  46 anos de idade, em 29 de novembro de 1314 na queda de um cavalo durante uma caçada em Fountainebleau. Guilherme de Nogaret falace na terceira semana de dezembro do mesmo ano envenenado Envenenado por uma vela, feita por Evrard, antigo Templário, com a ajuda de Beatriz d'Hirson (dama de compania de Mafalda d'Artois, mãe de Joana e Branca de Borgonha e tia de Margarida de Borgonha, esposas de Filipe, Carlos e Luís, respectivamente, filhos de Filipe, o Belo).

Com a morte de Filipe, o Belo, seu filho Luís sucedeu-o, Luís de Navarra; chamado Luís X (1289- 1316). Deixou um filho, que nasceu logo após de sua morte, chamado João I. Foi assassinado por Mafalda d'Artois. O Reino passou para seu tio, Filipe de Poitiers. Filipe V, o Alto (1294- 1322. Morreu sem filhos homens. O irmão mais novo assume, então, Carlos. Carlos IV, o Justo (1295 – 1328). Ajudou sua irmã, Isabel a depor seu marido, Eduardo II, do seu reinado na Inglaterra. Morreu sem herdeiros. O reino assim caiu sobre a casa dos Valois. Acabando assim a dinastia dos Capeto (987 dC - Hugo Capeto até 1328 dC - Carlos IV). E a maldição de Jacques de Molay foi cumprida.
"A mão de Deus fere depressa, sobretudo quando a mão dos homens ajuda", teria dito um dos templários remanescentes.



“Outras fontes indicam uma outra versão da Última Prece proferida por Jacques DeMolay no Cadafalso

‘Senhor,

permiti-nos refletir sobre os tormentos que a iniqüidade e a crueldade nos fazem suportar.

Perdoai, ó meu Deus, as calúnias que trouxeram a destruição à Ordem da qual Vossa Providência me estabeleceu chefe.

Permiti que um dia o mundo, esclarecido, conheça melhor os que se esforçam em viver para Vós.

Nós esperamos, da Vossa Bondade, a recompensa dos tormentos e da morte que sofremos para gozar da Vossa Divina Presença nas moradas bem-aventuradas.

Vós, que nos vedes prontos a perecer nas chamas, Vós, que nos vedes prontos a perecer nas chamas, vós julgareis nossa inocência.

Intimo o papa Clemente V em quarenta dias e Felipe o Belo em um ano, a comparecerem diante do legítimo e terrível trono de Deus para prestarem conta do sangue que injusta e cruelmente derramaram.’

Esta é uma outra versão da prece proferida no dia 18 de março de 1314, no momento em que o
Grão-Mestre Jacques DeMolay e seu fiel companheiro foram supliciados.

Os gases letais interromperam o anátema, DeMolay dobrou-se e perdeu os sentidos. O impacto inesperado deixou a multidão estarrecida. Não esperavam essa reação, mas cada um sentiu em si o peso da injustiça e a certeza que a maldição se cumpriria. Quarenta dias depois, Felipe e Nogaret receberam uma mensagem "o Papa Clemente morrera". Felipe e Nogaret olharam-se e empalideceram, no pergaminho dizia que a morte ocorrera entre o dia 19 e 20 de abril. O Papa Clemente morreu pôr ingerir esmeraldas reduzidas a pó( para curar sua febre e um ataque de angústia e sofrimento) que provavelmente cortaram seus intestinos. O remédio foi receitado por médicos desconhecidos, quando retornava a sua cidade natal. Guilherme de Nogaret veio a falecer numa manhã da terceira semana de Maio, envenenado por uma vela feita por Evrard, antigo Templário, com a ajuda de Beatriz d'Hirson. O veneno contido na vela era composto de dois pós; de cores diferentes:

- Cinza: Cinzas da língua de um dos irmãos de d'Aunay , elas tinham um poder sobrenatural para atrair o demônio.

- Cristal Esbranquiçado: "Serpente de faraó" Provavelmente sulfocia de mercúrio. Gera por combustão: Ácido Sulfúrico, vapores de mercúrio e compostos anidridos podendo assim provocar intoxicações. Morreu vomitando sangue, com câimbras, gritando o nome daqueles que morreram por suas mãos. Felipe o Belo veio a morrer em 27 de Novembro de 1314, com 46 anos de idade, em uma caçada. Saiu a caçar com seu camareiro, seu secretário particular e alguns familiares na floresta de Pont-Sainte-Maxence. Sempre acompanhado de seus cães foram em busca de um raro cervo de 12 galhos visto perto ao local. O rei acabou perdendo-se do grupo e encontrou um camponês que o ajuda a localizar o cervo. Achando-o e estando pronto a atacar-lhe percebeu uma cruz que brilhava, começou a passar mal e caiu do cavalo. Foi achado por seus companheiros e levado de volta ao palácio repetindo sempre " A cruz, a cruz.." Pediu como o Papa Clemente em seu leito de morte que fosse levado a sua cidade natal ; no caso do rei, Fontainebleau. " A mão de Deus fere depressa, sobretudo quando a mão dos homens ajuda" teria dito um dos Templários remanescentes, jurando vingança.”(culturabrasil.org)



Onde foi queimado  Jacques de Molay


  














  


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