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ANOS DA MORTE DO ÚLTIMO GRÃO MESTRE TEMPLÁRIO, JACQUES DE MOLAY
18
de março de 1314, no pelourinho, numa pequena ilha do rio Sena, um ancião de 70
anos, depois de 7 anos em condições desumanas, sob torturas e sem chance de
defesa, é queimado vivo acusado de apostasia
da fé, idolatria e heresia, além dos pecados contra a natureza (sodomismo). Os
bastidores e os motivos dessa condenação revelam uma história de traição,
ganância e covardia que o tempo jamais irá apagar. Morreu ali o 23º, e último,
Grão-Mestre da Ordem dos pobres Cavaleiros do Templo de Salomão (Templários), a
ordem religiosa-militar mais poderosa de seu tempo e que viria a se eternizar
pelas glórias de vitórias, pelo heroísmo e coragem de seus membros e pelo
martírio de seu último expoente, Jacques de Molay.
Jacques
de molay nasceu em 1244, em Vitrey-Sur- Mance, Comuna Francesa, na época
pertencente ao Condado de Borgonha, em uma pequena nobre família. Aos 21 anos
entra na Ordem dos Cavaleiros Templários, cuja função era proteger os
peregrinos que iam à Jerusalém, a chamada Terra Santa, mas que participava
também das famosas Cruzadas (incursões militares feitas à Terra Santa quando
esta estava nas mãos dos muçulmanos). Na época, os nobres de toda a Europa
enviavam seus filhos para pertencer à Ordem. Em 1298 tornou-se Grão-Mestre dos
Templários, após a morte de seu antecessor, Thibaud Gaudin, o que o colocou
numa posição muitas vezes acima de príncipes europeus.
Símbolo da Ordem dos templários |
Como
grão-Mestre encontrou inúmeras
dificuldades, pois Jerusalém estava em mãos muçulmanas e os cristãos
estavam acuados. Os templários ficaram na ilha de Chipre enquanto Jacques de
Molay procurava apoio dos Estados Europeus para uma nova Cruzada (que pareciam
não se importarem mais com esse tema), tanto quanto tentando resolver problemas
de conflitos internos da Ordem.
Jacques
de Molay era padrinho do filho do Rei de França, Felipe IV, o belo, Delfim Carlos. O Rei francês, como muitos outros
soberanos, tinha uma dívida financeira e moral com a Ordem, pois esta o serviu
inúmeras vezes em batalhas e conflitos internos.
Rei Felipe, o Belo, da França |
Mas
as supostas riquezas e poder dos templários chamavam a atenção e cobiça de
muitos reis da Europa, inclusive do seu
próprio compadre, Felipe, o Belo.
Em
uma visita ao Rei, porém, um ano antes
de sua morte, Jacques de Molay apresentou-se de maneira a suscitar no Soberano
vergonha, inveja e cobiça; uma escolta de 60 templários da alta nobreza e
riquezas trazidas da palestina para serem depositadas no Castelo do templo, sede
Geral da Ordem. O Rei passou a desejar muito mais aquilo.
Já
havia tido uma tentativa do Rei Felipe em ter o controle da Ordem em 1305, quando
propôs unir as duas maiores Ordens da época, os Templários e os Hospitalários
(que tinham rixa entre si). Porém, em maio de 1307, Jacques de molay, junto do Papa Clemente V conseguiu apresentar uma
defesa, em Poitiers, contra a fusão, que não ocorreu. Revoltado com a perda, o
Rei seguiu com um plano que viria a pôr fim a maior e mais poderosa Ordem Religiosa-Militar
da época.
Apesar
dos rumores de que o Rei trairia a Ordem, Jacques de Molay preferiu ficar fiel
ao seu compadre e a defendê-lo perante seus cavaleiros. Ele desconfiava de
Felipe, porém, se recusava a acreditar. Ele havia ido a um funeral na França de
uma mulher da família real e tinha levado poucos cavaleiros, apesar de ter à
sua disposição cerca de 15 mil homens. Após ele se retirou na Ville Neuve du Temple tirando sua tensão
de ter que convencer seus homens para confiar no Soberano Francês. Chega a
noite e após o jantar o Grão mestre vais à seus aposentos para dormir.
Era
12 de outubro de 1307 quando oficiais de todo o Reino recebiam uma carta do Rei,
enviada a pelo menos um mês antes para que todos pudessem ler num mesmo dia. A ordem que
continha o escrito os deixou aterrorizados, PRENDER O GRÃO-MESTRE DA ORDEM DO
TEMPLO E SEUS TEMPLÁRIOS que estavam como hóspedes de honra do próprio Rei, e
com autorização do Papa.
Todas
as forças foram juntadas para realizar a infame determinação do Rei. Teria que
ser a noite para pegá-los desprevenidos.
Eram
3 horas da manhã da sexta-feira do dia 13 toda a França estava preparada para
invadir e prender todas as Casas do Templo do País. A desculpa para entrarem
nas casas era a de que estavam lá para uma inspeção normal dos dízimos do
Clero. Mas quando mal abriam as portas os soldados franceses entravam
precipitadamente agitando suas armas para que não pudesse haver qualquer tipo
de resistência dos cavaleiros. Assim foi feito.
Em
Paris, Guilherme de Nogaret, o Guardião do Selo Real, conduziu a operação. Foi
este homem que prendeu de Molay e o levou às masmorras francesas.
Guilherme de Nogaret |
Todos
os Templários que acompanhavam Jacques de molay, assim como os outros
espalhados nos Conventos e Comendadorias, foram colocados nas prisões da França
onde se, excetuando ordens pessoais do Rei, deviam de imediato, ser interrogados
pelos comissários da Inquisição para “confessar” suas culpas, devendo ser
empregada a TORTURA.
Foram
sete longos anos a partir daí. A confissão teria que ocorrer, em tese, para que
pudessem ser condenados. Era o próprio Rei Felipe quem gerenciava as forças
do Papa para condenar os Templários. Suas propriedades foram confiscadas. O
Rei, finalmente, estaria ‘quitando’ sua dívida com os templários, porém, da
maneira mais infame possível. As calúnias proferidas contra os cavaleiros chegava
ao ridículo. Dizia-se, por exemplo, que o ingresso na Ordem obedecia a um Ritual obsceno, durante o
qual, os noviços iam excitar os veteranos, “sobre as partes mais intimas do
corpo, “... in ore, in umbilico, seu in ventre nudo, et in ano, seu spina
dorsi; item aliquando, in umbilico. Item aliquando in virga virili” (Vide
Michelet no processo dos Templários – Tomo I, pág. 89/90). Muitos
templários sucumbiram e não suportaram as torturas, confessaram a culpa pelas
acusações a eles proferidas. Os tormentos eram superiores a qualquer. Porém, Jacques de Molay permaneceu fiel aos seus
companheiros e recusava-se denunciar seus cavaleiros.
A pressão pela condenação dos cavaleiros pelo Rei
ficou maior em 1314. O Papa estava doente, com violentas hemorragias internas,
e ordena que uma comissão de bispos julgue o caso. As ordens recebidas seria
que os prisioneiros teriam a prisão perpétua e a garantia ao Rei que a Ordem
jamais iria ser reerguida novamente.
11 de março de 1314, Jacques de Molay pede pra
ser ouvido novamente. Esperava-se dele uma confissão e que implorasse
misericórdia do Rei. Mas para surpresa de todos o Grão-Mestre bradou sua
inocência e disse que tudo tinha sido extorquido dele pela Inquisição através
de tortura.
18 de março, estava diante da Corte Especial.
As provas apresentadas eram confissões que teriam sido assinadas por Jacques de
Molay. Eram provas forjadas. o Grão-Mestre, então, desmentiu as acusações e as ‘confissões’
e fez a defesa da Ordem, assim como Geoffroy de Charnay. Na época, negar uma
confissão era motivo de pena de morte. Outro grande cavaleiro que negou suas
confissões foi Guy d'Auvergne. A Corte parou o processo preferindo consultar
o Papa. Mas o Rei de França, Felipe, o
belo, preferiu não esperar mais.
Jacques de Molay é interrogado |
Jacques de Molay Geoffoy de Charnay estavam sob
a custódia da Comissão de Bispos, mas Felipe ordenou que pegassem os cavaleiros
para que possa ser aplicada a pena imediatamente.
O Grão-Mestre Templário ficou amarrado em uma
coluna vendo os preparativos de seu destino indiferente, firme. E quando o
frade encarregado pelos responsos se aproximava de crucifixo na mão e o chamava
para o arrependimento, Jacques de Molay disse: “Guardei, ó frade, vossas
orações para o Papa que esse sim, vai precisar delas!”.
Jacques de Molay na fogueira |
Lentamente foi queimado vivo, e enquanto seu
corpo sentia o suplício imposto pela inveja, covardia e ganância do rei ele
dizia:
“VERGONHA! VERGONHA! VÓS ESTAIS VENDO MORRER
INOCENTES. VERGONHA SOBRE VÓS TODOS".
“NEKAM, ADONAI (VINGANÇA, SENHOR)! CHOL-BEGOAL
(ABOMINAÇÃO A TODOS)! PAPA CLEMENTE... CAVALEIRO GUILHERME DE NOGARET... REI
FILIPE; INTIMO-OS A COMPARECEREM PERANTE O TRIBUNAL DO JUIZ DE TODOS NÓS DENTRO
DE UM ANO PARA RECEBERDES O SEU JULGAMENTO E O JUSTO CASTIGO. MALDITOS!
MALDITOS! TODOS MALDITOS ATÉ A DÉCIMA TERCEIRA GERAÇÃO DE SUAS RAÇAS!”
A coragem e a honra foram tamanhas que as
pessoas pegavam suas cinzas para guardarem como relíquias.
O Rei Felipe assistia sua morte do palácio e
ficou assustado com aquelas palavras. Em uma conversa com Guilherme de Nogaret,
o mesmo que prendeu Jacques de Molay, disse: "Cometi um erro, devia
ter mandado arrancar a língua de DeMolay antes de queimá-lo”.
40 dias depois morre o Papa Clemente V (suas
complicações com o intestino vieram da ingestão de esmeraldas reduzidas a pó, que devem ter
cortado seu intestino, receitado por médicos ‘desconhecidos’, O Rei Felipe o
Belo viria depois, com 46 anos de idade,
em 29 de novembro de 1314 na queda de um cavalo durante uma caçada em
Fountainebleau. Guilherme de Nogaret falace na terceira semana de dezembro do
mesmo ano envenenado Envenenado por uma vela, feita por Evrard, antigo
Templário, com a ajuda de Beatriz d'Hirson (dama de compania de Mafalda
d'Artois, mãe de Joana e Branca de Borgonha e tia de Margarida de Borgonha,
esposas de Filipe, Carlos e Luís, respectivamente, filhos de Filipe, o Belo).
Com a morte de Filipe, o Belo, seu filho Luís
sucedeu-o, Luís de Navarra; chamado Luís X (1289- 1316). Deixou um filho, que
nasceu logo após de sua morte, chamado João I. Foi assassinado por Mafalda
d'Artois. O Reino passou para seu tio, Filipe de Poitiers. Filipe V, o Alto
(1294- 1322. Morreu sem filhos homens. O irmão mais novo assume, então, Carlos.
Carlos IV, o Justo (1295 – 1328). Ajudou sua irmã, Isabel a depor seu marido,
Eduardo II, do seu reinado na Inglaterra. Morreu sem herdeiros. O reino assim
caiu sobre a casa dos Valois. Acabando assim a dinastia dos Capeto (987 dC -
Hugo Capeto até 1328 dC - Carlos IV). E a maldição de Jacques de Molay foi
cumprida.
"A mão de Deus fere depressa, sobretudo
quando a mão dos homens ajuda", teria dito um dos templários remanescentes.
“Outras
fontes indicam uma outra versão da Última Prece proferida por Jacques DeMolay
no Cadafalso
‘Senhor,
permiti-nos refletir sobre
os tormentos que a iniqüidade e a crueldade nos fazem suportar.
Perdoai, ó meu Deus, as
calúnias que trouxeram a destruição à Ordem da qual Vossa Providência me
estabeleceu chefe.
Permiti que um dia o mundo,
esclarecido, conheça melhor os que se esforçam em viver para Vós.
Nós esperamos, da Vossa
Bondade, a recompensa dos tormentos e da morte que sofremos para gozar da Vossa
Divina Presença nas moradas bem-aventuradas.
Vós, que nos vedes prontos
a perecer nas chamas, Vós, que nos vedes prontos a perecer nas chamas, vós
julgareis nossa inocência.
Intimo o papa Clemente V em
quarenta dias e Felipe o Belo em um ano, a comparecerem diante do legítimo e
terrível trono de Deus para prestarem conta do sangue que injusta e cruelmente
derramaram.’
Esta é uma
outra versão da prece proferida no dia 18 de março de 1314, no momento em que o
Grão-Mestre Jacques DeMolay e seu fiel companheiro foram supliciados.
Grão-Mestre Jacques DeMolay e seu fiel companheiro foram supliciados.
Os gases letais
interromperam o anátema, DeMolay dobrou-se e perdeu os sentidos. O impacto
inesperado deixou a multidão estarrecida. Não esperavam essa reação, mas cada
um sentiu em si o peso da injustiça e a certeza que a maldição se cumpriria.
Quarenta dias depois, Felipe e Nogaret receberam uma mensagem "o Papa
Clemente morrera". Felipe e Nogaret olharam-se e empalideceram, no
pergaminho dizia que a morte ocorrera entre o dia 19 e 20 de abril. O Papa
Clemente morreu pôr ingerir esmeraldas reduzidas a pó( para curar sua febre e
um ataque de angústia e sofrimento) que provavelmente cortaram seus intestinos.
O remédio foi receitado por médicos desconhecidos, quando retornava a sua cidade
natal. Guilherme de Nogaret veio a falecer numa manhã da terceira semana de
Maio, envenenado por uma vela feita por Evrard, antigo Templário, com a ajuda
de Beatriz d'Hirson. O veneno contido na vela era composto de dois pós; de
cores diferentes:
- Cinza: Cinzas da língua de um dos irmãos de d'Aunay , elas tinham um poder sobrenatural para atrair o demônio.
- Cristal Esbranquiçado: "Serpente de faraó" Provavelmente sulfocia de mercúrio. Gera por combustão: Ácido Sulfúrico, vapores de mercúrio e compostos anidridos podendo assim provocar intoxicações. Morreu vomitando sangue, com câimbras, gritando o nome daqueles que morreram por suas mãos. Felipe o Belo veio a morrer em 27 de Novembro de 1314, com 46 anos de idade, em uma caçada. Saiu a caçar com seu camareiro, seu secretário particular e alguns familiares na floresta de Pont-Sainte-Maxence. Sempre acompanhado de seus cães foram em busca de um raro cervo de 12 galhos visto perto ao local. O rei acabou perdendo-se do grupo e encontrou um camponês que o ajuda a localizar o cervo. Achando-o e estando pronto a atacar-lhe percebeu uma cruz que brilhava, começou a passar mal e caiu do cavalo. Foi achado por seus companheiros e levado de volta ao palácio repetindo sempre " A cruz, a cruz.." Pediu como o Papa Clemente em seu leito de morte que fosse levado a sua cidade natal ; no caso do rei, Fontainebleau. " A mão de Deus fere depressa, sobretudo quando a mão dos homens ajuda" teria dito um dos Templários remanescentes, jurando vingança.”(culturabrasil.org)
- Cinza: Cinzas da língua de um dos irmãos de d'Aunay , elas tinham um poder sobrenatural para atrair o demônio.
- Cristal Esbranquiçado: "Serpente de faraó" Provavelmente sulfocia de mercúrio. Gera por combustão: Ácido Sulfúrico, vapores de mercúrio e compostos anidridos podendo assim provocar intoxicações. Morreu vomitando sangue, com câimbras, gritando o nome daqueles que morreram por suas mãos. Felipe o Belo veio a morrer em 27 de Novembro de 1314, com 46 anos de idade, em uma caçada. Saiu a caçar com seu camareiro, seu secretário particular e alguns familiares na floresta de Pont-Sainte-Maxence. Sempre acompanhado de seus cães foram em busca de um raro cervo de 12 galhos visto perto ao local. O rei acabou perdendo-se do grupo e encontrou um camponês que o ajuda a localizar o cervo. Achando-o e estando pronto a atacar-lhe percebeu uma cruz que brilhava, começou a passar mal e caiu do cavalo. Foi achado por seus companheiros e levado de volta ao palácio repetindo sempre " A cruz, a cruz.." Pediu como o Papa Clemente em seu leito de morte que fosse levado a sua cidade natal ; no caso do rei, Fontainebleau. " A mão de Deus fere depressa, sobretudo quando a mão dos homens ajuda" teria dito um dos Templários remanescentes, jurando vingança.”(culturabrasil.org)
Onde foi queimado Jacques de Molay |
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