Documento
que está circulando em redes sociais nos últimos dias revela determinação da
Polícia Militar de que PMs estão proibidos de dar entrevista sobre assuntos da
corporação. O aviso também esclarece que essas atribuições ficam a cargo do
serviço do setor de comunicação da PM.
O
ofício é assinado pelo comandante do 5º Batalhão da Polícia Militar (BPM),
tenente-coronel Francisco Souto. Segundo ele, a polícia tem algumas “ovelhas
negras” que costumam falar além do necessário, e que se reportar à imprensa em
nome da corporação não é da competência dos policiais.
O
comandante do 5ª Batalhão da PM, Tenente-Coronel Francisco Souto, reafirma a
determinação. “Para assuntos corriqueiros como prisões e operações, a
entrevista é permitida. Inclusive, eu mesmo participo das reportagens. Agora,
em relação a assuntos institucionais, como segurança pública, que só interessa
ao governo do estado, e que não são de competência dos policiais, aí sim eles
são desautorizados. Para isso, existe o setor de comunicação da PM.”
O
Tribuna do Ceará apurou que a proibição se deu após conflitos entre policiais e
jornalistas. Os policiais combinaram entre si que não dariam entrevista para
nenhum meio de comunicação porque a imprensa divulgou uma informação
privilegiada e, segundo eles, a oficialização feita pelo 5º comando apenas
justificou o fato.
Segundo
o assessor de comunicação da Polícia Militar no Ceará, Coronel Fernando Albano,
existe uma diretriz dentro da PM que estabelece níveis comunicacionais de
acordo com a responsabilidade da informação. Em casos operacionais, quando o
policial está na rua, é autorizada a entrevista. Mas, se tratando de questões
de natureza institucional, não é permitido. “Isso não é um cerceamento, e sim
uma organização comunicacional”, destaca.
O
assessor também explicou que não houve um motivo especial para que essa determinação
fosse fixada no 5º BPM, e que constantemente a Polícia Militar reedita algumas
normas de comunicação e abordagem. “O que acontece é que muitas vezes o
policial esquece”, reforça.
O
ex-policial militar Darlan Abrantes, autor de livro que critica o militarismo,
acredita que devido à proximidade da Copa do Mundo, a pressão da PM nos
policiais tende a aumentar. Segundo ele, isso é comum quando há proximidade com
datas onde a presença dos policiais é de extrema importância – como exemplo,
Natal, Réveillon, e desta vez, o Mundial.
“As
escalas ficam mais próximas, quem estava de férias tem que voltar, quem iria
tirar férias não vai poder mais. Até quem doa sangue é punido, devido o dia de
folga que tem direito. Tudo isso para ‘aumentar’ o efetivo”, opina.
Fonte: Tribuna do Ceará
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